O meu maior problema: não consigo acabar com ninguém. A relação pode estar uma merda, mas não tenho coragem para admiti-lo nem para acabar. Posso me apaixonar por outro, mas não faço nada. Enquanto isso sofro em silêncio para ninguém ouvir. Fico sempre na esperança de que seja ele a acabar, por qualquer razão que seja, que tome a iniciativa e diga 'acabou, já não dá mais', mesmo sabendo que depois fique um farrapo durante uns tempos...
A minha personalidade leva-me a ser assim (não que me orgulhe disso). Por exemplo no que se está a passar recentemente, não consigo acabar com o meu BF. Tipo estou baralhada quanto ao que sinto, mas se tivesse a certeza de que era do outro que gostava e que com ele poderia ser muito mais feliz, mesmo assim não teria coragem de chegar ao pé do meu BF e dizer 'acabou...o meu sentimento por ti mudou, acho que continuar com isto só nos iria prejudicar' (mesmo que a nossa relação não esteja assim por um fio, nem nos confins do mundo, mas tinha que dizer algo). Eu não sou assim, não consigo ser assim. Nasci para sofrer e não para fazer sofrer. Era bem capaz de abdicar do amor da minha vida para ficar com o meu BF (neste caso), sofreria também, mas depois haveria de passar e conseguir ser feliz (digo eu)...
Esta situação nunca me tinha acontecido...
Okay, posso dizer que ando a viver numa mentira. Numa mentira que eu propria criei, indirectamente e sem propósito. Mas lá no fundo, bem lá no fundo, se namoro com o meu BF, se fiz o que fiz com ele, se ajo como ajo com certas e determinadas coisas que me irritam, provocam ciumes, me deixam fodida mesmo, é porque também sinto algo por ele, totalmente diferente do outro sentimento mas ao mesmo tempo é um sentimento de aconchego, sinto-me bem ao lado dele, daí ser-me isto tudo tão confuso e complicado (ai mas irrita-me! Irrita-me esta minha necessidade de me sentir amada, desejada, de sentir afecto. Tinha prometido a mim mesma que praí durante 6 meses não queria nada serio para as minhas feridas sararem bem e para o meu luto passar. Mas mais uma vez agi sem pensar e agora estou como estou).
Cabe-me a mim, e só a mim, a decisão de fazer a escolha certa ou errada, de ver o que será melhor para todos e para não magoar em demasia o que sairá perdedor (nem que seja eu). Como chegar a uma conclusão lógica e racional? Só o tempo o dirá, avançar devagar com cuidado e pensar bem em tudo é o que deverei fazer. Com o tempo as respostas vir-me-ão 'comer à mão', irei buscar forças e coragem a onde jamais esperaria encontra-las, irei aos confins do mundo se for necessário, e aí sim, estarei pronta para tudo o que só a mim me cabe fazer.
